Foto de Gabriel Marinho
A ILHA (Um
repórter brasileiro no país de Fidel Castro), republicado em sua 29ª edição em
1989, pela Editora Alfa-ômega, com 176 páginas, é fruto de uma visita
“investigativa” do mais renomado biógrafo brasileiro, Fernando Moraes, a Cuba,
17 anos após a independência daquele país do julgo imperialista dos Estados
Unidos da América.
O
jornalista, detentor do Prêmio Esso de Reportagem, não se satisfez em recolher
dados estatísticos ou de arquivos gerais, nem tão somente o ponto de vista
oficial de representantes do poder, buscou impressões das pessoas comuns, como
estudantes, agricultores, taxistas..., constatando na diversidade a presença
conceitual de um valor onipresente, o da dignidade e humana. Disserta sobre o
cotidiano, sobre a cultura, a urbanidade e a ruralidade, a educação, a saúde, a
comunicação, a mulher, as eleições, a justiça, a reforma agrária, a economia,
em fim, a revolução a cada dia, sintetizada, na abertura do livro, num poema de
Agostinho Neto, do livro Poemas de Angola, que diz:
Mantivemo-nos firmes: no povo
Buscáramos a força
E a razão.
Inexoravelmente
Como uma onda que ninguém trava
Vencemos.
O povo tomou a direção da barca.
Mas a lição lá está, foi aprendida:
Não basta que seja pura e justa
A nossa causa.
É necessário que a pureza e a justiça
Existam dentro de nós.
O repórter,
que esperou sessenta dias entre o quarto do hotel e as estâncias diversas da
ilha, aguardando o encontro com Fidel Castro, confessou ter muitas surpresas
com a Cuba real, entre elas a da generalidade de homens sem barba, cultivada
pelo sinal de respeito aos que se destacaram e distinguiram pela luta corporal
nas guerrilhas. Surpreendeu-se também com a ausência de policiamento nas ruas,
justificada posteriormente pela existência dos Comitês de Defesa da Revolução,
o CDR, presente em cada quadra, em cada rua e representado por moradores.
Desvendava-se-lhe que a revolução em Cuba não era um marco de tomada do poder,
mas o processo cotidiano de transformação política, econômica e social e Fidel,
a grande liderança que, desde o período da luta armada, discursava para todos,
aliados e adversários, num processo de educação e reeducação conceitual que
substituía a paisagem individual pela coletiva e os fins pelos meios, numa
construção constante, permeada pela humanização e justiça.
Sempre
que Morais sondava contradições, vícios capitalistas, ouvia do cidadão ou
cidadã comum: Isto era na Cuba
pré-revolucionária! Assim foi com relação a dois temas recorrentes, a
prostituição e a droga.
Mas
é nas relações internacionais que se demonstra a percepção diferenciada do
olhar revolucionário. Fernando Morais, como se tentasse encontrar algo que se
assemelhasse à realidade condicionada e condicionadora da visão competitiva,
testa o posicionamento de Fidel com medidas de troca, numa espécie de câmbio
político, como por exemplo, qual concessão faria Cuba perante o desbloqueio
parcial por parte dos EUA? Ao quê o comandante repudiava argumentando que, sendo o bloqueio uma injustiça,
não se justificava em sua integridade, não havendo espaço para negociações
parciais. Ainda mais profundamente, ele responde à indagação sobre se tiraria
suas tropas de Angola se acaso os EUA encerrassem o bloqueio econômico, dizendo
que, sendo o apoio para libertação de Angola uma ação de justiça, não havia
como transformá-lo em moeda de troca para atender interesses exclusivamente
cubanos.
A
linguagem do livro, com fluência e economia, fazendo jus a atividade de um
jornalista, torna-se ainda mais convidativa pela busca tácita de significância.
Não pretende apenas mostrar, mas testemunhar, convencido que se fez perante o
sacerdócio revolucionário do comandante Fidel Castro.
Ivan Marinho de Barros Filho é
especialista em Economia da Cultura, artista plástico e poeta.
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